Bebê morre esperando transferência em Caraguatatuba

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O Litoral Norte de São Paulo se despede com profunda tristeza do pequeno Yan, que faleceu na madrugada desta segunda-feira (13), por volta das 0h02. Nascido no dia 25 de abril com cardiopatia congênita no Hospital das Clínicas de São Sebastião, a breve jornada de Yan mobilizou moradores da região em uma intensa corrente de solidariedade e esperança.

Desde seus primeiros dias, a luta de Yan pela vida ganhou destaque, comovendo a comunidade que acompanhava atentamente cada atualização de seu delicado quadro de saúde. Logo após o nascimento foitransferido para a Casa de Saúde Stella Maris em Caraguatatuba, mas necessitava de atendimento especializado. O jornalista Marcos Guedes, manteve a população informada através de suas redes sociais, transmitindo a angústia e a esperança que cercavam o caso.

Um capítulo crucial nessa história foi a atuação da advogada Diana Almeida Matarazzo, figura conhecida na cidade de Ilhabela por sua trajetória como ex-vereadora e presidente da Câmara Municipal. Sensibilizada com o caso, e vendo a urgência de um tratamento mais específico para a cardiopatia congênita, ela impetrou uma ação judicial solicitando a transferência imediata de Yan para um hospital de referência em cardiologia.

A Justiça, através do juiz de direito Vitor Hugo Aquino de Oliveira, reconheceu a gravidade do caso e determinou a transferência do bebê para um hospital especializado em um prazo de 24 horas, sob pena de multa diária de R$ 30.000,00, limitada a R$ 300.000,00. Contudo, a decisão judicial não foi cumprida, gerando ainda mais apreensão e indignação na comunidade.

Na fatídica madrugada, emocionado, Marcos Guedes anunciou em suas redes sociais a notícia que ninguém queria receber: o pequeno Yan não resistiu. Em sua publicação, o jornalista expressou sua profunda tristeza e agradeceu o apoio de todos que, de alguma forma, se uniram na tentativa de salvar a vida do bebê, finalizando com a dolorosa constatação: “Essa batalha a gente perdeu”.

A comoção pela perda de Yan inevitavelmente levanta um questionamento crucial sobre a eficiência e a humanização do sistema de vagas CROSS (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde). A dificuldade em garantir a transferência urgente de um recém-nascido com uma condição cardíaca grave para um centro de referência expõe as fragilidades do sistema e reacende o debate sobre a necessidade de aprimoramento e maior sensibilidade nos casos que envolvem vidas.

A breve passagem de Yan deixa uma marca profunda no Litoral Norte, um lembrete doloroso da urgência em priorizar a saúde e garantir que cada vida, especialmente as mais frágeis, tenha a chance de lutar. O legado de Yan ecoa como um apelo por um sistema de saúde mais ágil, eficiente e, acima de tudo, humano.

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